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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tenho saudade de quê?



Nesse último mês surgiram dois sites muito bacanas que servem de ponto de encontro para que todas as mães (blogueiras ou não) possam trocar experiências, opiniões e desabafos. São o  Mamatraca e o Minha Mãe Que Disse. Se você não conhece, corre lá! =)

Enfim, semana passada, o Mamatraca propôs duas discussões que mexeram um pouco comigo:  Você tem saudade do quê? e Amizades pós maternidade. Pronto, me puseram para pensar em diversos pequenos pontos que estavam escondidos.

Eu tenho saudade de muitas coisas. Tenho saudades de passar a tarde costurando ou lendo um bom livro. Tenho saudades de ter as unhas feitas toda semana. Saudade de poder dormir até quando der na telha ou sair sem ter de montar um complexo sistema de logística. Tenho saudade das minhas roupas brancas completamente imaculadas, sem que manchas de manga, laranja ou banana tenham se instalado nos tecidos segundos antes de um passeio.

Tenho saudade de passar a tarde de sábado no boteco, bebendo cerveja e comendo porcaria até explodir. Saudades de passar noites inteiras dançando loucamente ao som da sanfona, triângulo e zabumba.

E, por fim, tenho saudades das minhas amigas. Depois que a gente é mãe, tudo muda. O tempo fica realmente escasso, as prioridades são outras e a ideia de sair precisa ser analisada com, no mínimo, 24 horas de antecedência. E mesmo que esteja tudo certo, uma febre repentina, vômitos ou diarréias infantis sempre são fatores que podem mudar completamente os planos em questão de segundos.

Tenho muitas amigas que têm filhos e isso deixa as coisas duplamente complexas, pois todos esses fatores são multiplicados por dois: para mim e para elas. Mas a gente entende melhor o lado uma da outra e ponto.

Mas a relação com as solteiras, ainda livres e soltas pela vida é ainda mais complexa. Eu não posso mais sair para jantar às 22h. Aliás, sair a noite é algo raro e que gente costuma evitar, pois a Amelie fica especialmente irritada se o sono chega e ela não tem o bercinho dela para descansar a carcaça.

Também não é para qualquer lugar que podemos ir.  Tem que ser aquele ambiente familiar, acolhedor – mesmo que seja um boteco qualquer. O resultado disso tudo é que os convites para eventos sociais acabaram diminuindo muito. Claro! Quem é que vai chamar uma pessoa que quase nunca comparece aos programas? Ou que quando vai, sai mais cedo parecendo que não curtiu muito o passeio?

Quase sempre há a possibilidade de deixar a pequena com minha mãe ou sogra.  Mas gente gosta de tê-la por perto, quando ela participa das coisas!

Não me arrependo das escolhas que fiz e nem troco a minha rotina por nada nesse mundo. Mas nem por isso eu deixo de sentir saudades das pessoas que quero MUITO bem. Afinal,  amigos são a família que a gente escolhe ter por perto!

3 comentários:

  1. É verdade...
    É muito bom ter nossos babys, por perto... mas sempre sentiremos saudades das coisas que nos deixavam felizes....
    Beijos

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  2. Zizoca,
    você viu minha filha nascer e ao mesmo tempo uma mãe nascer em mim... e anos depois eu vi o mesmo acontecer na sua vida...
    Tenho saudades de você! hahahahahaha e já faz pelo menos 9 anos que tenho saudades de muitas coisas de vez em quando! Tenho inclusive saudade de ser filha de vez em quando, de não ter que ser a pessoa que vai resolver TUDO, de poder pedir pra dormir até mais tarde (em vez de ser quem acoda ainda mais cedo pra passar uma camiseta de escola, preparar lancheira e fazer café...) Mas nada no mundo vale tudo o que a gente ganha por dentro quando vira mãe...
    Essa relação visceral se expande ao tamanho do universo! Não importa que não haja mais um cordão humbilical nutrindo nossas pequenas através de nós... seguimos doando a elas nosso melhor astral, nossas energias, nossas horas de descanso e de lazer. E seguiremos nutrindo, como fizeram nossas mães, porque é isso o que mais nos faz felizes na vida...
    E depois de 9 anos de maternidade, trabalhando feito louca, passando horas e horas dedicadas a coisas que nem de longe tem o mesmo valor da pequena, mas que sem as quais não posso nutri-la como devo, e viajando o tanto que tenho viajado ultimamente, preciso confessar uma coisa: do que mais tenho saudade na vida é minha filha...
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  3. Eu tenho MUITAS saudades de você. E da Amelie! <3

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