Nesse último mês surgiram dois sites muito bacanas que
servem de ponto de encontro para que todas as mães (blogueiras ou não) possam
trocar experiências, opiniões e desabafos. São o Mamatraca e o Minha Mãe Que
Disse. Se você não conhece, corre lá! =)
Enfim, semana passada, o Mamatraca propôs duas discussões
que mexeram um pouco comigo: Você tem
saudade do quê? e Amizades pós maternidade. Pronto, me puseram para pensar em
diversos pequenos pontos que estavam escondidos.
Eu tenho saudade de muitas coisas. Tenho saudades de passar
a tarde costurando ou lendo um bom livro. Tenho saudades de ter as unhas feitas
toda semana. Saudade de poder dormir até quando der na telha ou sair sem ter de
montar um complexo sistema de logística. Tenho saudade das minhas roupas
brancas completamente imaculadas, sem que manchas de manga, laranja ou banana
tenham se instalado nos tecidos segundos antes de um passeio.
Tenho saudade de passar a tarde de sábado no boteco, bebendo
cerveja e comendo porcaria até explodir. Saudades de passar noites inteiras
dançando loucamente ao som da sanfona, triângulo e zabumba.
E, por fim, tenho saudades das minhas amigas. Depois que a
gente é mãe, tudo muda. O tempo fica realmente escasso, as prioridades são
outras e a ideia de sair precisa ser analisada com, no mínimo, 24 horas de
antecedência. E mesmo que esteja tudo certo, uma febre repentina, vômitos ou
diarréias infantis sempre são fatores que podem mudar completamente os planos
em questão de segundos.
Tenho muitas amigas que têm filhos e isso deixa as coisas
duplamente complexas, pois todos esses fatores são multiplicados por dois: para
mim e para elas. Mas a gente entende melhor o lado uma da outra e ponto.
Mas a relação com as solteiras, ainda livres e soltas pela
vida é ainda mais complexa. Eu não posso mais sair para jantar às 22h. Aliás,
sair a noite é algo raro e que gente costuma evitar, pois a Amelie fica
especialmente irritada se o sono chega e ela não tem o bercinho dela para
descansar a carcaça.
Também não é para qualquer lugar que podemos ir. Tem que ser aquele ambiente familiar,
acolhedor – mesmo que seja um boteco qualquer. O resultado disso tudo é que os
convites para eventos sociais acabaram diminuindo muito. Claro! Quem é que vai
chamar uma pessoa que quase nunca comparece aos programas? Ou que quando vai,
sai mais cedo parecendo que não curtiu muito o passeio?
Quase sempre há a possibilidade de deixar a pequena com
minha mãe ou sogra. Mas gente gosta de
tê-la por perto, quando ela participa das coisas!
Não me arrependo das escolhas que fiz e nem troco a minha
rotina por nada nesse mundo. Mas nem por isso eu deixo de sentir saudades das
pessoas que quero MUITO bem. Afinal, amigos são a família que a gente escolhe ter
por perto!