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segunda-feira, 16 de abril de 2012

A primeira semana de vida social: de mãe e filha


A primeira semana de adaptação não foi de todo ruim. Claro que da minha parte, porque já estou em um ritmo de trabalho tão intenso que, às vezes, eu pisco e o dia já acabou. Mas acredito que para a pequena, o dia passa se arrastando e ela não vê a hora de ir para casa.

Os primeiros dias da semana passada foram realmente bem difíceis. Ela chorou, se agarrava em mim e não adiantou eu ficar por perto por um tempo: isso só piorava as coisas. Depois, a gente começou a criar outras estratégias: comecei a conversar com ela e dizer que eu entendia seu sofrimento. Que eu sabia o quão difícil era ficar longe – porque eu também sentia falta dela. Mas que agora ela já não era mais um bebê e que a escola faz parte do dia a dia de quase todo mundo.

Ela entendeu, sério. Passou a chorar menos, é verdade. Mas as estratégias mudaram. Num dia, ficou acordada até 23h30 da noite. Eu a colocava na cama, dava boa noite, ela pegava no sono (na verdade, me enganava lindo!) e depois ia pra sala munida do seu cobertor, travesseiro e chupeta gritando: Acodô!!!!!!!!!

Depois, na sexta-feira, ela deu um upgrade no planejamento estratégico do projeto: Vamos ficar em casa com a mamãe! Como ela tinha ido dormir super tarde no dia anterior (quarta-feira), na quinta, quando eu cheguei em casa ela já estava dormindo (e, confesso, meu coração ficou pequeno, pequeno).

Na sexta, acordou super cedo. Coloquei ela para assistir o atual filme favorito (Monstros S.A – ela acha que a Bu é ela, gente...) e fui tomar um banho rapidinho.

Quando saí para me trocar, cadê meus sapatos? 

Ela olhou para mim, com aquela cara blasé e disse: ADÊ?

Detalhe que os sapatos do maridão estavam lá na sapateira, intocados. 

Eles não estavam debaixo da minha cama, opção mais acessível por ela. Fui para sala e quando fui olhar debaixo do sofá escutei lá atrás: ACHOOOOOOOOO.

Gente, sério. Eu sentei para dar risada, dei um mega abraço apertado nela, beijei, mordi, fiz cócegas. Enfim, tudo aquilo que a gente tem vontade de fazer quando vê uma criança fazendo fofuras pela vida. 

Saímos de casa as duas, dando risada e com a alma mais leve. Nesse dia ela nem chorou tanto, só resmungou um pouco, mas foi com as tias.

Eu? Estou retomando a vida social aos poucos. Essa semana já fiz minha unha (oh!), mas ainda não tive tempo de cortar o cabelo, fazer a sobrancelha ou depilção. Aos poucos, minha gente, vou conseguindo voltar à vida normal – aquela que você não vê a hora de chegar em casa na sexta-feira. E não é porque é dia de tomar uma cervejinha, mas sim porque eu sei que o dia seguinte será só meu e dela.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Adaptação escolar dia 2 e 3 e feriado de Páscoa!

E daí que a pequena foi para escola na quinta-feira e ao chegar, abriu o maior berreiro. Enquanto ela chorava de um lado eu enxugava minhas lágrimas de outro. Bastou chegar em casa que eu liguei para escola para saber como ela estava   e o choro já havia ido embora. Mas foi só aparecer um infeliz vestido de coelho para que ela ficasse completamente apavorada. Ficou até com febre, tadinha...


A coordenadora pedagógica me ligou dizendo que muito provavelmente esta era uma febre emocional e que passaria tão rápido quanto apareceu - e foi o que aconteceu. Mas eu fiquei em casa, aflita!


[No post anterior eu esqueci de comentar que, além de todo aquele corre corre, eu ainda tinha uma encomenda gigantesca de origamis para entregar na sexta! Por um lado, até que foi bom, porque enquanto a Amelie estava na escola, eu fiquei dobrando. Mãos ocupadas, mente serena.]


Foi buscá-la umas 16h30 e a encontrei chorando. Quando ela me viu, não sabia se chorava, se dava risada. Deus do céu, mais uma vez meu coração veio na boca. Como é difícil vê-la nesse estado.


O final de semana foi imensamente turbulento. Eu passei muito mal na sexta-feira, fui para o hospital duas vezes, tomei toneladas de remédios para dor e dei início a um tratamento com antibióticos por conta de uma baita infecção urinária. Como efeito colateral, o remédio dá uma sensação generalizada de cansaço ótima para quem tem um zilhão de coisas para fazer.


Hoje a pequena não ficou bem na escola. A professora disse que chorou o tempo todo, não comeu e só tirou um pequeno cochilo. Eu já havia decidido buscá-la logo após o almoço e não esperar o tempo máximo que ela conseguiria ficar. Acho que isso estressa mais do que adapta.


Mas no tempo que ela ficou na escola, aproveitei para comprar uma lancheira linda e um copo todo bacana para ver se ela fica mais animada de ir amanhã - o dia do meu retorno ao trabalho.


Ainda bem que esta semana minha sogra e minha mãe vão me dar uma mãozinha e a pegarão na escola logo depois do almoço - o que me deixa um pouco mais tranquila.


Enfim, não está sendo muto fácil.



quinta-feira, 5 de abril de 2012

Adaptação escolar - dia 1

Pensem em uma semana atribulada. Pois a minha está muitíssimo complicada! 


No dia em que me ligaram da empresa para me fazerem a proposta de emprego, meu irmão também me ligou para contar que minha mãe havia sido internada com pneumonia. Pronto, já fiquei apavorada, preocupada, ansiosa para vê-la o mais breve possível.


Como eu já estava na escola resolvendo as burocracias de matrícula, compra de material e uniforme, terminei tudo com calma, fui para casa da minha avó (mãe da minha mãe) para contar para ela o que estava acontecendo e tecer um plano de ação. Ficou decidido que eu dormiria com ela no hospital e lá fomos nós organizar o maior plano de logística para que tudo desse certo.


Levei a pequena para dormir na minha sogra, afinal, não sabia a que horas chegaria do hospital e meu marido sai antes das 7h da manhã para trabalhar.


Fui para o hospital passar a noite com mamis (que está estabilizada, sem maiores riscos, graças a Deus!). Mas se eu dormi umas 2 horas foi muito. Cheguei em casa podre, mas estava tão ansiosa com as coisas pra fazer que não consegui descansar. Arrumei a casa, separei uns documentos e esperei a pequena, que só chegou em casa ao meio dia!


Ela estava super cansada, pois ficou brincando a manhã toda com os avós. Tirou um cochilo e assim que acordou, a levei para a escola. 


Segundo as prôs - ela tem 5: duas na parte da manhã e três a tarde - ela chorou na primeira meia hora. Depois brincou com os amigos, dançou na sala, socializou toda bonita, comeu o lanchinho que mandei e pronto! Eu apareci para buscá-la. Ela ficou apenas 2 horas, que foi o combinado com a coordenadora pedagógica.


Mas partiu meu coração a hora que ela me viu. Me abraçou forte e, meio soluçando, me chamou. Haja força! 


Daqui a pouco ela acorda e lá vamos nós novamente! Espero que hoje ela fique melhor!


Ah, e quando a gente pergunta pra ela o que tem na escola de mais legal, sabe o que ela responde? "Amigos, mamãe!"
Não é de morrer de fofura?



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mercado de trabalho: eu estou voltando!

Minha antiga chefe me falou: Não fique mais de 6 meses fora do mercado se não quiser ser excluída dele. E eu já estava há longos  10 meses com a minha pequena que, apesar de terem sido deliciosos, sentia que chegava o momento de sair em busca de oportunidade.


Eu cheguei a falar em vários momentos que este é um processo realmente difícil. Sem dinheiro para colocá-la na escola, como fazer para ir em entrevistas de emprego, sem ter alguém com quem ficasse com ela?


Mandei meu currículo despretensiosamente para algumas empresas. Muitas sequer me responderam ou me contataram para falar sobre o processo seletivo. Quando me contatavam, me ofereciam um salário tão ridículo que não valia a pena sair de casa - eu acabaria pagando para trabalhar.


Finalmente, perdi as esperanças de voltar ao mercado como jornalista e então, como contei aqui, resolvi seguir um rumo diferente. Até estava dando certo, quando um amigo querido me indicou para uma vaga em um lugar em que eu já havia trabalhado.


Esse volta ou não volta está rolando desde novembro passado e, sinceramente, não tinha muitas esperanças. Mas ontem, uma ligação fez meu dia e semana que vem, volto ao trabalho.
Estou num misto de sentimentos contraditórios: uma alegria tremenda por sair de casa versus uma tristeza profunda em deixar de ficar o tempo todo com a Amelie. Já comecei a me preocupar com a escola: será que os amiguinhos vão bater nela? será que ela saberá se defender? Será que ela pensar que eu a abandonei?


Enfim, são tantos pensamentos tolos, afinal, a Amelie está super esperta e falante. Começa a adaptação na escola hoje - com direito a lancheira, uniforme e material didático, pode? Vai fazer novos amigos e aprender coisas incríveis! E eu eu voltarei a ter vida social e deixarei para trás essa minha cara de lavadeira!!!! Mas sentirei falta dos carinhos dela durante o dia...


Vou deixando vocês informadas sobre esse  ciclo que se inicia em nossas vidas! Que venha o novo!!!!!