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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O Grande dilema

Eu gostaria de aparecer por aqui com mais frequência, mas, em vez de ficar no computador, quando eu tenho tempo, prefiro encher minha pequena de beijos e carinhos. O tempo está passando rápido demais.

Estou vivendo o maior dilema da mãe moderna: Onde eu vou deixar minha pequena quando voltar a trabalhar?
As avós já se ofereceram para ficar com ela, cada uma em um período diferente. Mas essa opção não facilitaria muito a minha vida. Com certeza ficaria mais cansada, além de dar trabalho para minha sogra ou para minha mãe. Então, pensei em visitar diversos berçários o quanto antes para que a decisão seja bem pensada.

Hoje visitei um berçário aqui do lado de casa. Tudo muito bonitinho e organizado. Cada criança no seu bercinho ou em uma cadeira muito bacana de balançar. Os ambientes bem coloridos e as “tias” fazendo de tudo para distrair aquele monte de bebês. Nenhum deles estava chorando, mesmo os menorzinhos.

Embora eu esteja morrendo de vontade de voltar a trabalhar, eu não quero deixar minha pequena com qualquer pessoa. E, enquanto eu andava pelos corredores amplos do colégio, eu pensava em muitas coisas. E se ela se esquecer de mim? E se as “tias” não forem bacanas? E se ela ganhar um(a) amiguinho(a) especialmente malvado(a), que a maltrate (como aconteceu comigo...)?
E se ela ficar horas com um cocô na fralda? Será que ela vai sentir falta dos meus beijinhos??

A volta ao trabalho é desejada e financeiramente necessária (embora eu tenha percebido que GRANDE parte do meu salário será destinado ao berçário), mas eu já estou sofrendo com a possibilidade de perder avanços significativos no desenvolvimento da minha pequena.

Depois que a secretária apresentou os valores e condições para matrícula ela pediu para que, caso eu decida por esse colégio, devo realizar a matrícula, no mínimo, 15 dias antes de voltar à labuta. Claro, para que ela possa se adaptar, eu disse.
Não mãe.. De verdade, ela quase não vai sentir. A gente pede isso para que você consiga se adaptar e não chorar copiosamente durante a primeira semana de trabalho.

É... O jeito é curtir cada minuto que me resta com ela. =)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Impotência

Eu gosto de futebol. Quando posso, vou assistir aos jogos no estádio e como os dedos quando meu time (São Paulo) enfrenta um jogo decisivo. Eu era mais escandalosa na torcida, mas aprendi a me conter para que as pessoas não deixassem de assistir às partidas comigo.
No entanto, sempre fui a favor de comemorações acaloradas, com gritos e fogos de artifício. Pelo menos até a última quarta-feira.

O Santos jogava contra o Vitória da Bahia pela Copa do Brasil. Mesmo perdendo de 2x1, o time paulista faturou o título e os rojões não demoraram a tomar os céus que rodeiam o condomínio onde moro. Coloquei a Amelie para dormir e me deitei. Quando estava quase pegando no sono, um santista meio atrasadinho (já era mais de meia noite quando isso aconteceu) resolveu soltar um super rojão.

Nem preciso dizer que a Amelie assustou. Ela acordou chorando (lê-se berrando MUITO). Ficou vermelha, engasgou e eu comecei a ficar desesperada. Nunca tinha visto ela chorar daquela maneira! O Danilo também ficou aflito e o tempinho que ela chorou nos pareceu eterno. Fez nosso coração ficar pequeno e sentimos o peso da impotência.

Não dormi o resto da noite, com medo de que a minha pequena pudesse ter outra coisa que não o medo pelo barulho de uma comemoração. A noite insone me fez pensar em muitas coisas. Como será que meu coração vai ficar quando ela cair, ralar o joelho e chorar de pela dor do machucado?

Como eu vou ficar ao vê-la chorar por um amor não correspondido?

Cada dia que passa eu percebo com mais clareza o tamanho do desafio e da responsabilidade que a Amelie representa em minha vida. Mas agora, eu só quero que ela fale logo. Pelo menos ela poderá me dizer o que a aflige (quando houver aflição) para que eu tente acalmar sua alma e apaziguar seu sofrimento momentâneo.E ainda corro o risco de não conseguir. Então, é bem provável que o peso da impotência me faça uma visita de vez em quando...