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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Eu quero pão

Os 14 dias sem industrializados se passaram. Não consegui seguir à risca a dieta e acabei ingerindo trigo nos últimos dias. Não sei se é porque estou amamentando dois (eles estão em Leite materno em livre demanda e só. tema para outro post) e acabei não inserindo uma quantidade suficiente de calorias para poder me sustentar em pé, mas por dois dias passei muito mal, com uma enxaqueca enlouquecedora. E, achando que era fome, acabei fazendo pão para poder dar um up nos meus lanchinhos.O lado bom da dieta é que eu aprendi novas receitas e jeitos diferentes de cozinhar a mesma coisa. 

E o Antônio? Ainda está instável, infelizmente. Fica, no máximo, 2 dias sem apresentar sangue nas fezes e depois volta tudo de novo - mesmo eu só tendo inserido o trigo dos novos industrializados. Anteontem comi um biscoitinho de polvilho feito com ovo. Pequeno teve cólicas, ficou choroso e o sangue aumentou. Uma caca.

Passei a última semana colhendo novos exames e estamos torcendo para que os resultados tragam alguma luz, pois a pediatra cogitou a possibilidade de interromper a amamentação  do pequeno e ficarmos apenas no leite artificial. Existe a possibilidade (remota, é verdade) de que o pequeno não consiga metabolizar a proteína do MEU leite. E aí não tem jeito... Enfim, não quero sofrer por antecipação e, na próxima consulta pretendo discutir todas as possibilidades de tratamento. Se precisar, corto o glúten. Corto o que tiver de cortar da minha alimentação para que eles fiquem no leite materno. 

Davi está ótimo. Não apresenta nenhum sintoma que possamos o considerar alérgico - inclusive com os exames negativados. Mas independentemente de qualquer coisa, ambos estão crescendo, gordinhos. Já estão dormindo melhor e, às vezes, dão estirões de 6 horas durante a noite. Raramente choram ou reclamam de cólica. Já estão dando risada. Reconhecem minha voz ao longe e estão começando a identificar diferentes ambientes.  É uma delícia viver cada fase desenvolvimento deles.

A trabalheira por aqui é gigantesca, especialmente agora que eu preciso cozinhar absolutamente tudo o que é consumido em casa. E o lado ruim disso tudo é exatamente isso: ficar em casa.  Sofri tanto durante a gestação com o repouso que não via a hora deles nascerem para que eu pudesse sair pra tomar um café,  encontrar amigos, passear. E, agora, eu não consigo sair com tranquilidade. E eu tenho sofrido muito. Mas este também é tema para outro post - que prometo escrever durante o dia, sem sono e com uma construção textual um pouco mais coerente que esta. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Desafio: 14 dias sem industrializados

Meu pequeno Antônio ainda não estabilizou e o sangue continua visitando suas fraldas - mesmo com todo cuidado que tenho tido no preparo da comida. Então, ontem fomos até a médica novamente e resolvemos ser ainda mais radicais na minha dieta: preciso ficar 14 dias sem industrializados numa tentativa de cicatrizar a mucosa dele e descobrir se é realmente o leite que tem feito mal.

As únicas coisas permitidas são: Arroz, feijão, aveia, sal, açúcar e macarrão (de marcas cujos SACs garantem a "limpeza" do produto). Fora isso, carne (de frango e porco), frutas, legumes e verdura. Os temperos precisam ser naturais. A médica mesmo falou: isso vai ser um desafio, mas vai valer a pena.

Então, por quê não transformar o peso da obrigação em algo um pouco mais divertido? Minha ideia é compartilhar minhas refeições no meu perfil do Instagram e mostrar que é possível ficar sem industrializados sem morrer de fome, sem ter muito trabalho e sem enlouquecer por ficar sem chocolate.   As postagens iniciam hoje! :)

Vou tentar ser o mais variada possível nas preparações e espero inspirar aqueles que querem largar o junk food para ter uma vida mais saudável. Acho que desse jeito vou ter mais força para seguir a deita sem deslizes e com o apoio de vocês!

Me adicionem por lá! E quem quiser tentar o desafio também é só usar a hashtag #14diasnatural. Vou adorar se mais gente resolver tentar!

Ah! E quem quiser saber mais sobre APLV, o fantástico trará uma reportagem sobre o assunto no domingo. Não deixem de assistir!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Nossa nova rotina


Nos últimos dias eu tenho engolido toda e qualquer informação que eu consiga obter sobre a Alergia à Proteína do Leite de Vaca. A pediatra dos meninos me indicou um site bem bacana e fui acolhida em um grupo de mães APLV no Facebook (a elas, toda minha admiração) que tem me salvado com as dúvidas mais pontuais.  
E aí que, com toda essa pesquisa, descobri que a incidência  dessa é relativamente alta: 6% das crianças possuem APLV. E eu não fazia ideia do impacto que essa condição causa na dinâmica social de uma família. Como? Vem que eu te explico:
A APLV é uma doença de difícil diagnóstico. Os sintomas podem, facilmente, ser confundidos com alguma virose ou até mesmo intolerância – o que explica a confusão que as pessoas fazem entre APLV e intolerância a Lactose. Já aproveito para explicar que são duas coisas diferentes. A IL é causada por uma deficiência enzimática do organismo: o corpo apresenta dificuldade em processar a Lactose (que é o açúcar do leite). A reposição artificial da enzima ou a exclusão da dieta ajudam a diminuir o desconforto digestivo causado por sua ingestão. Já a APLV é uma reação imunológica do corpo. Em bebês, a imaturidade do sistema digestivo faz com que as proteínas do leite sejam absorvidas, do intestino para o sangue, sem que tenham sido digeridas adequadamente, desencadeando uma reação do organismo contra elas. E as reações podem ser gastrointestinais, epiteliais e respiratórias. Nos casos de sensibilização mais sérios, o menor contato com a substância pode levar à anafilaxia com edema de glote – que, caso não seja revertido a tempo, pode levar à morte. O negócio é sério, minha gente.
Por isso, tive de tirar todo e qualquer alimento com leite e derivados da minha dieta. E, como a proteína não é como uma bactéria (ferveu, morreu), tive de eliminar qualquer possibilidade de contaminação da minha cozinha. Ou seja, me desfiz de todos os utensílios de plástico ou silicone e lavei tudo o que havia de vidro e inox com sabão, água quente e desinfetante.

A pequena ainda consome o leitinho dela, mas com algumas restrições: Não pode mais tomar na sala – tem que ser na caminha dela – e, para não correr risco de uma contaminação cruzada na cozinha, montei uma “pia” no tanque da área – com detergente, esponja e escorredores exclusivos.

Além disso, antes de consumir qualquer alimento industrializado, preciso me certificar de que ele não compartilhe o maquinário com outro que contenha leite. Como é que eu sei disso? Preciso ficar ligando para os SACs das empresas. Mais de uma vez, em dias alternados, até ter certeza de que recebi a informação correta.
E isso é uma bosta, porque a indústria não é obrigada a informar sobre a presença de alérgenos nas embalagens (algumas empresas fazem, como a Nestlé).
O controle também se estende aos cosméticos – perfumes, maquiagens, shampoos, sabonetes, fraldas, lencinhos umedecidos etc. Tive de olhar o rótulo de TUDO para me certificar que eles não estejam recebendo a proteína de outras maneiras.
E aí eu volto ao começo do meu texto. A APLV mexeu com toda minha estrutura familiar. Precisamos ficar numa vigilância constante. Não sairei para almoçar ou jantar em um restaurante tão cedo. Visitar parentes significa levar uma mega marmita a tira colo para não correr o risco de ingerir algo que vá prejudicar os pequenos.
Se você achar que estou exagerando, volte à parte grifada, em negrito. Releia quantas vezes for necessário para entender os riscos da APLV. Sempre que eu fico em dúvida, eu penso nisso e prefiro não arriscar.

sábado, 4 de outubro de 2014

Antônio sensibilizado

Se você tem filho sabe o quanto é importante ver um cocô saudável ao abrir a fralda. Aliás,  quase toda mãe é capaz de discutir a coloração das fezes dos filhos enquanto toma café da manhã.  Não fique com nojo.  É realmente natural, acredite.

Eu não sou diferente e, há alguns dias percebi o cocô do Antônio estava mais avermelhado.  Comentei com a minha mãe e disse que estava preocupada. Porém,  aparentemente tinha sido algo pontual,  já que a evacuação dele havia voltado ao tom amarelado característico de bebês que mamam no seio. 

Mas na sexta-feira, ao abrir a fralda,  Antônio pregou daquelas peças em mim e fez um cocô fresquinho. E eu vi sangue. Fiquei gelada. Liguei pra pediatra, que não podia me atender na hora. Fiquei esperando a ligação dela com o coração na mão e rezando pra que não fosse nada demais.

Me segurei pra não jogar a informação no Google,  mas foi maior que eu. Pra minha surpresa, não achei nada muito trágico (o que normalmente acontece). Porém, um dos diagnósticos mais prováveis era a Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV), suspeita que a pediatra também compartilhou e me mandou suspender leite e derivados da minha dieta, além de substituirmos o complemento do Antônio.  Vejam, APLV é diferente da intolerância à lactose. Aqui o negócio é alérgico mesmo. Explico:

Dependendo do grau de sensibilidade do pequeno,  o contato com o mínimo de leite ou seus derivados pode levá-lo a um choque anafilático.  Por isso, agora,  eu preciso ficar de olho no rótulo de tudo o que eu comer até confirmarmos o diagnóstico.  Não posso ingerir nada que contenha traços de leite, ou seja, se o maquinario de algum produto sem leite for compartilhado na fabricação de outro com leite, já não posso consumir.

Vou precisar substituir meus potes,  separar as coisas dele na cozinha e orientar todo mundo que vier nos visitar sobre os perigos do contato com leite. Além disso, há a suspeita de alergia à amendoim e castanhas em geral. 

A pediatra pediu uma série de exames (inclusive pro Davi, que não apresentou sintomas mas precisa ser investigado), vou tentar passar numa gastro ainda essa semana e vamos aguardar pelo diagnóstico mais acertado.  Enquanto isso,  estou lendo muita coisa sobre o assunto e, prometo, que este não será o primeiro post sobre APLV.

Porque só ter gêmeos tava fácil.