Eu sempre fui movida pelo sentimento. Na escola, eu era a manteiga derretida e chorava por tudo, inclusive quando diziam que eu era mole. Filmes? Chorei até com Flintstones. Quando sofria uma decepção amorosa então, nem se fala! Podia encher um balde de 9 litros com minhas lágrimas.
Minha mãe até tentou fazer com que eu fosse mais durona, mas ela mesma não ouvia muito seu lado racional.
Assim que fiquei grávida e comecei a ler blogs por aí, percebi que mães de primeira viagem costumam chorar muito. Se não por algo lindo e emocionante, por coisas que não conseguiram acertar de primeira. Eu já fui me preparando para o mar de lágrimas que estaria por vir.
Durante os 3 dias que a Amelie ficou na UTI eu só chorei 1 vez, mas acho que foi porque as pessoas não me deixaram sozinha e eu não tive muito tempo para pensar a respeito da situação. No entanto, quando a enfermeira veio realizar o exame do pezinho, algo mudou. Pra quem não sabe como o procedimento funciona, o pé da criança é furado várias vezes com uma agulha super grossa. Como se isso não bastasse, a enfermeira aperta o pé para aumentar o fluxo sanguíneo e o seu bebezinho começa a berrar a plenos pulmões. Enquanto eu tentava acalmar a Amelie, com olhos cheios de lágrimas, a enfermeira disse algo que me marcou:
- Diga palavras de encorajamento a ela.
Eu comecei a falar que ela era forte, que ela conseguiria passar por aquilo facilmente e, como milagre, ela parou de chorar.
- Viu? , disse a enfermeira. Você precisa ser forte para que ela se sinta segura.
A partir de então, me descobri uma bigorna. Toda vez que eu sinto que a Amelie vai passar por alguma situação que possa machucá-la, como tomar vacinas ou furar as orelhas, tento ficar o mais calma possível. E eu me surpreendi com a força que eu tenho por ela. Acho que seria capaz de enfrentar um leão, sem receio algum, para protegê-la. E até agora não chorei com nada, nem quando ela vomitou ou bateu a cabeça (sim, ela bateu a cabeça e eu quase morri, mas não chorei).
Como resposta, ela quase nunca chora. Faz manha, claro. Mas creio que minha segurança a deixa segura também.
E a cada dia que passa eu descubro algo novo. Como a Paloma falou em um dos comentários que fez aqui no blog, eles aprendem a ser filhos e a gente, a ser mãe!
Tá vendo? É verdade, flor! E não existem regras: tem mãe que chora nada, mãe que chora toda hora...heeheheh...Mas o fato é que as mães são mesmo uma fortaleza! E que a maternidade é mesmo transformadora...bjo
ResponderExcluirPaloma e Isa