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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Desafio: 14 dias sem industrializados

Meu pequeno Antônio ainda não estabilizou e o sangue continua visitando suas fraldas - mesmo com todo cuidado que tenho tido no preparo da comida. Então, ontem fomos até a médica novamente e resolvemos ser ainda mais radicais na minha dieta: preciso ficar 14 dias sem industrializados numa tentativa de cicatrizar a mucosa dele e descobrir se é realmente o leite que tem feito mal.

As únicas coisas permitidas são: Arroz, feijão, aveia, sal, açúcar e macarrão (de marcas cujos SACs garantem a "limpeza" do produto). Fora isso, carne (de frango e porco), frutas, legumes e verdura. Os temperos precisam ser naturais. A médica mesmo falou: isso vai ser um desafio, mas vai valer a pena.

Então, por quê não transformar o peso da obrigação em algo um pouco mais divertido? Minha ideia é compartilhar minhas refeições no meu perfil do Instagram e mostrar que é possível ficar sem industrializados sem morrer de fome, sem ter muito trabalho e sem enlouquecer por ficar sem chocolate.   As postagens iniciam hoje! :)

Vou tentar ser o mais variada possível nas preparações e espero inspirar aqueles que querem largar o junk food para ter uma vida mais saudável. Acho que desse jeito vou ter mais força para seguir a deita sem deslizes e com o apoio de vocês!

Me adicionem por lá! E quem quiser tentar o desafio também é só usar a hashtag #14diasnatural. Vou adorar se mais gente resolver tentar!

Ah! E quem quiser saber mais sobre APLV, o fantástico trará uma reportagem sobre o assunto no domingo. Não deixem de assistir!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Nossa nova rotina


Nos últimos dias eu tenho engolido toda e qualquer informação que eu consiga obter sobre a Alergia à Proteína do Leite de Vaca. A pediatra dos meninos me indicou um site bem bacana e fui acolhida em um grupo de mães APLV no Facebook (a elas, toda minha admiração) que tem me salvado com as dúvidas mais pontuais.  
E aí que, com toda essa pesquisa, descobri que a incidência  dessa é relativamente alta: 6% das crianças possuem APLV. E eu não fazia ideia do impacto que essa condição causa na dinâmica social de uma família. Como? Vem que eu te explico:
A APLV é uma doença de difícil diagnóstico. Os sintomas podem, facilmente, ser confundidos com alguma virose ou até mesmo intolerância – o que explica a confusão que as pessoas fazem entre APLV e intolerância a Lactose. Já aproveito para explicar que são duas coisas diferentes. A IL é causada por uma deficiência enzimática do organismo: o corpo apresenta dificuldade em processar a Lactose (que é o açúcar do leite). A reposição artificial da enzima ou a exclusão da dieta ajudam a diminuir o desconforto digestivo causado por sua ingestão. Já a APLV é uma reação imunológica do corpo. Em bebês, a imaturidade do sistema digestivo faz com que as proteínas do leite sejam absorvidas, do intestino para o sangue, sem que tenham sido digeridas adequadamente, desencadeando uma reação do organismo contra elas. E as reações podem ser gastrointestinais, epiteliais e respiratórias. Nos casos de sensibilização mais sérios, o menor contato com a substância pode levar à anafilaxia com edema de glote – que, caso não seja revertido a tempo, pode levar à morte. O negócio é sério, minha gente.
Por isso, tive de tirar todo e qualquer alimento com leite e derivados da minha dieta. E, como a proteína não é como uma bactéria (ferveu, morreu), tive de eliminar qualquer possibilidade de contaminação da minha cozinha. Ou seja, me desfiz de todos os utensílios de plástico ou silicone e lavei tudo o que havia de vidro e inox com sabão, água quente e desinfetante.

A pequena ainda consome o leitinho dela, mas com algumas restrições: Não pode mais tomar na sala – tem que ser na caminha dela – e, para não correr risco de uma contaminação cruzada na cozinha, montei uma “pia” no tanque da área – com detergente, esponja e escorredores exclusivos.

Além disso, antes de consumir qualquer alimento industrializado, preciso me certificar de que ele não compartilhe o maquinário com outro que contenha leite. Como é que eu sei disso? Preciso ficar ligando para os SACs das empresas. Mais de uma vez, em dias alternados, até ter certeza de que recebi a informação correta.
E isso é uma bosta, porque a indústria não é obrigada a informar sobre a presença de alérgenos nas embalagens (algumas empresas fazem, como a Nestlé).
O controle também se estende aos cosméticos – perfumes, maquiagens, shampoos, sabonetes, fraldas, lencinhos umedecidos etc. Tive de olhar o rótulo de TUDO para me certificar que eles não estejam recebendo a proteína de outras maneiras.
E aí eu volto ao começo do meu texto. A APLV mexeu com toda minha estrutura familiar. Precisamos ficar numa vigilância constante. Não sairei para almoçar ou jantar em um restaurante tão cedo. Visitar parentes significa levar uma mega marmita a tira colo para não correr o risco de ingerir algo que vá prejudicar os pequenos.
Se você achar que estou exagerando, volte à parte grifada, em negrito. Releia quantas vezes for necessário para entender os riscos da APLV. Sempre que eu fico em dúvida, eu penso nisso e prefiro não arriscar.

sábado, 4 de outubro de 2014

Antônio sensibilizado

Se você tem filho sabe o quanto é importante ver um cocô saudável ao abrir a fralda. Aliás,  quase toda mãe é capaz de discutir a coloração das fezes dos filhos enquanto toma café da manhã.  Não fique com nojo.  É realmente natural, acredite.

Eu não sou diferente e, há alguns dias percebi o cocô do Antônio estava mais avermelhado.  Comentei com a minha mãe e disse que estava preocupada. Porém,  aparentemente tinha sido algo pontual,  já que a evacuação dele havia voltado ao tom amarelado característico de bebês que mamam no seio. 

Mas na sexta-feira, ao abrir a fralda,  Antônio pregou daquelas peças em mim e fez um cocô fresquinho. E eu vi sangue. Fiquei gelada. Liguei pra pediatra, que não podia me atender na hora. Fiquei esperando a ligação dela com o coração na mão e rezando pra que não fosse nada demais.

Me segurei pra não jogar a informação no Google,  mas foi maior que eu. Pra minha surpresa, não achei nada muito trágico (o que normalmente acontece). Porém, um dos diagnósticos mais prováveis era a Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV), suspeita que a pediatra também compartilhou e me mandou suspender leite e derivados da minha dieta, além de substituirmos o complemento do Antônio.  Vejam, APLV é diferente da intolerância à lactose. Aqui o negócio é alérgico mesmo. Explico:

Dependendo do grau de sensibilidade do pequeno,  o contato com o mínimo de leite ou seus derivados pode levá-lo a um choque anafilático.  Por isso, agora,  eu preciso ficar de olho no rótulo de tudo o que eu comer até confirmarmos o diagnóstico.  Não posso ingerir nada que contenha traços de leite, ou seja, se o maquinario de algum produto sem leite for compartilhado na fabricação de outro com leite, já não posso consumir.

Vou precisar substituir meus potes,  separar as coisas dele na cozinha e orientar todo mundo que vier nos visitar sobre os perigos do contato com leite. Além disso, há a suspeita de alergia à amendoim e castanhas em geral. 

A pediatra pediu uma série de exames (inclusive pro Davi, que não apresentou sintomas mas precisa ser investigado), vou tentar passar numa gastro ainda essa semana e vamos aguardar pelo diagnóstico mais acertado.  Enquanto isso,  estou lendo muita coisa sobre o assunto e, prometo, que este não será o primeiro post sobre APLV.

Porque só ter gêmeos tava fácil.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

1 mês dos meus machinhos.

No último dia 28, os meninos completaram 1 mês de vida. E, embora a experiência da maternidade não seja nova para mim, cada criança reserva uma porção de ensinamentos. E ter dois bebês em casa é, certamente, um aprendizado e tanto!

A primeira lição é que eles nasceram com o chip da escatologia descarada do cromossomo Y. Primeiro, que eles mijam. Sim, não tem nada de delicado na forma como escolhem em eliminar os líquidos do pequeno corpinho: a pistolinha, embora pequena, tem pontaria certeira e gosta de agir nos momentos mais inoportunos possíveis: basta tirar a fralda (especialmente durante a madrugada) para que ela projete um jato de urina em qualquer direção.  Com sorte, não acertam minha cara. Não sei dizer quantas vezes eu já lavei os lençóis do berço. (Não se iludam,  o trocador não serve de nada). 

Eles também peidam. E muito. Não posso dizer que eles têm gases. Há uma ogiva nuclear dentro do corpinho deles que trabalha dia e noite sem parar. O barulho é alto e, às vezes, fede. Como pode se eles só tomam leite? Até o pai (que obviamente também tem o chip da escatologia descarada, como qualquer macho por aí) se espanta com a sinfonia. 

Mas agora eu entendo o porquê desse chip não ser desativado com o tempo: mães têm orgulho até desse tipo de coisa. E a cada peido, uma comemoração. Cada jato de xixi na cara, uma risada.  Enfim,  as reações são sempre positivas,  mesmo se a bufinha for fedida. Futuras noras, me desculpem: mea culpa.

Eles também são esganados. Tanto Antônio quanto Davi já passaram mal de tanto mamar. Já tinham me falado que meninos tendem a ser mais gulosos, mas eu realmente não tinha ideia do quanto! Pelo menos satisfarei meu desejo em ter bebês gordinhos, com dobrinhas no joelho. ♥

Eles são bem calmos. Quando suas ogivas estão trabalhando demais os dias (ou as noites) são mais agitadas e a mamãe aqui costuma ficar meio esverdeada no dia seguinte. O máximo de intervalo entre uma mamada e outra ainda é de 3 horas e, agora, eles não curtem muito mamar juntos. Então, eu tenho dado o peito para um de cada vez. Eu achei que ficaria mais cansada, mas eles têm ficado mais calmos. Além disso, desse jeito eu tenho a chance de ficar um pouco mais com cada um no colo sem sentir culpa (que é um mega assunto para outro post).

Não sei quanto eles estão pesando agora, mas Antônio certamente já passou dos 4kg e Davi o segue de perto. E eu? Não sei quanto já perdi no total. Na primeira semana eu já tinha perdido 15kg dos 13 que eu ganhei. Não sei se perdi mais até porque eu estou comendo como uma maluca. Sinto uma fome absurda e como mesmo, sem dó. (afinal, alguma coisa precisa compensar minha barriga de damasco - de acordo com a Amelie - e os peitos meio caídos).